
Há hoje um despertar político para as alterações climáticas e os seus efeitos catastróficos para a humanidade.
Em Portugal há muita demagogia e pouca acção.
Ontem fiz os habituais 80km que me separam da pequena cidade onde cresci e onde quero terminar a existência, da cidade dos meus amores, Coimbra…
São 80km dolorosos de percorrer para quem ama a natureza com uma paisagem consecutivamente ocupada pelas espécies florestais infestantes de eucaliptos e mimosas, a grande maioria já devoradas pelo fogo a renascerem aos biliões sem qualquer ordenamento.
De quando em vez lá aparecem uns carvalhos e uns sobreiros a ensinarem à besta humana e aos políticos, nós somos espécies florestais que a natureza criou para resistir ao fogo e às alterações climáticas.
Em 2027 está garantida a catástrofe igual ou pior à de 2017.
Agora os incêndios,a sua maioria serão em matos que já ultrapassaram de longe a área ocupada pelos bosques florestais.
E se em vez de discutirem até à exaustão número de aviões para apagarem a enorme catástrofe nacional,discutissem e afrontassem os enormes interesses gananciosos instalados.
Se os não afrontarem a natureza encarregar-se-á de o fazer independentemente do número de aviões.
**
António Campos
© Libertaria.pt